segunda-feira, 22 de novembro de 2010

QUALQUER SEMELHANÇA
COM A NECESSIDADE


...queria uma mulher
assim, mesmo triste,
quase solitária, me
esperando em beijos
esquinais, com rosas
às mãos, prontas a
me oferecer, no decote
simples do momento de
fazer aparecer uma última
estrela no céu e formar uma
doçura de nuvens que faça
chover minha presença diante
dela e diante dela eu lhe possa
ofertar minha chegada com a
vertiginosa e labial gôta do meu
corpo que lhe quer seu coração...
quero ah como eu quero uma mulher
com rosas a me esperar, a me querer,
a me gritar o meu nome, e o meu nome
é amor com vontade de amar e se apaixonar
mais ainda pelas coisas boas desse amor
que essa mulher que quero me espera com
rosas a me oferecer esse encanto raro, raríssimo....



Hudo Guedes

domingo, 21 de novembro de 2010

RAQUEL DE QUEIROZ,
PRINCESA IMORTAL DA
LITERATURA BRASILEIRA



Nascida na fronte do Ceará
onde Fortaleza ainda menina
lhe dera uma viagem repentina
ao ir morar no sertão de Quixadá.
Seus pais serenos como uma foz
deitada sobre o rio São Francisco,
já tinham cultura no sangue e na voz
de buscarem felicidades sem medo, sem risco.

Ainda na fazenda
tiveram amargos dias
com uma sêca tremenda
onde parecia tudo está à venda
porque tamanhas eram as sobrarias
de um tempo perdido de colheitas
onde eram assim desfeitas
compras de terras sem melhorias.

Era então 1915, ano muito difícil,
tendo como único ofício
a esperança do povo no campo
quando sem mais sequer um grampo
jogaram papéis de escrituras no suplício
de abandonarem o eterno vício
de verem a luz noturna do pirilampo.

E daí ela se dispõe da iniciante cavalgada
que tinha diante sua carroçal estrada:
a sua grande e narrável e pronta literatura,
arte que aprendera com a formidável lisura
de abraçar não como sonhos soltos de fada
mas com o pé no chão de trabalhar sua cultura.

Sem mais delongas nessa poesia embalante
direi muito mais dessa escritora amante
das mais belas e tocáveis poesias
que em tantos outros inspiráveis dias
direi-vos daqui de minha arte poética cantante
ao som do poder supremo da mente e da voz
que aos ventos este poema o mundo cante
e saude eternamente a princesa Raquel de Queiroz!



Hudo Guedes

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A VERDADE DO AMOR

...me chamo poesia,
e quando ela me chama
me chama de amor...
e ejaculo minha dor
num suspiro da cama
que ainda se chama
do mais puro amor
a força de quem ama
as coisas puras da flor
de quem sabe que o amor
ainda de alegria me chama
pois foi ontem na cama
que descobri hoje essa cor
do teu corpo que há na flor
do meu desejo que te ama
e do infinito te trará mais amor
com essa cobiça daquela dor
de querer me ver num drama
dessa pêrca de ti que me chama
ainda de reaver aqui teu amor
que tanto se fez desejo e dor
mas agora depois daquilo na cama
que ontem a noite me fez de ti flor
e de mim te fez muito mais amor
eis que a poesia de poeta me chama
e agora não sou mais aquele que reclama
pedindo carinho onde só vinha a dor
me buscar de tanto ficar sozinho na cama
folheando meu livro de palavra e flor
que vem lá de fora de alguma dama
imaginada pelo meu corpo do amor
que ainda pertence ao que me chama
de poesia feliz ao invés daquela dor
de ficar esperando de ti algum ardor
mas com calma e palavras você me gama
muito mais ainda quando você me chama
mesmo sem palavras de meu grande amor.


Hudo Guedes

terça-feira, 2 de novembro de 2010



SIM, TOU SOFRENDO
DE UM GRANDE AMOR


Não fiz por onde que
tenha vindo acontecer
esta grande dor, a dor
do amor perdido que
está acontecendo agora!
apenas lhe pedi o amor
a toda hora e a todo instante,
talvez sufocado necessitando
de carinho e atenção lhe pedi
tanto o que eu em nós necessitava
e acabei lhe sufocando também,
porém os sufocos não foram feitos
pra qualquer um que se atreva a
desafiá-los na insistência de suaves
meios de controlar os desejos e fazê-los
tremerem diante da obediência que devemos
ter perante as coisas boas e sagraddas do amar
e ser amado dispondo assim sempre da regulável
convivência entre sí dentro da amplitude sentimental
e organizacional dos relacionamentos amorosos.
O poeta sofre mas teima em ser feliz com alguém
que talvez não se decifra ainda como parte comum
de um envolvimento a vinte séculos que nos dias
de hoje se torna incomum entre a permanência dos
casais em seus vínculos amorosos onde rugem tabus.
Será que vamos conseguir atingir alguma bôda de
alguma coisa requerida pelos aniversários de amor?
Complexidade, dúvidas, receios, distância um do outro
e outras prevenidas e desprevenidas razões andam conosco...
eu e ela já não somos como estrela e lua! converso com
o sol dos assuntos que os retornos sempre têm com as
reconquistas vitoriosas, mas não tenho êxito virtuoso com as
minhas relutantes palavras de amor que não são nem sequer
abraçadas pela lógica da aceitação ou até mesmo pela
grata intuição vertiginosa de "amar o voltar a amar", pois
há de me entontecer eternamente este amor que se tornara
"invasões de coisas boas" no meu coração como sentinelas
a esperarem dos silêncios zuadas vindas de todas as emoções
vividas por mim e por ela ao longo desses vinte anos de amor
distribuídos na realidade dentro das quatro paredes que estão
entre as quatro paredes onde me vejo triste, amando e sozinho.
Não sei o que será de mim e desse amor fracassado, juro que não
sei o que será da flor que teima em muchar agora e deixar uma luz
inteira de aroma de lar feliz pra tráz, não sei, só que choro esta pêrda!
como é ruim a rejeição meu Deus! como é ruim ficar por ficar! como é
ruim saber que não há mais amor nela senhor! onde foi que pecamos
ou onde foi que eu errei? tanto amor que eu a dei e tanto amor que
tenho ainda a ofertá-la! por que os caminhos quando se desencontram
assim fazem um sofrer mais que o outro e o outro a respirar tranquilamente?
Não sei mais o que é o amor! confesso que não sei mais o que é o amor!
só sei de uma coisa dele, dor! meu caminho tá aqui percorrendo em mim
uma ladeira à baixo, um fundo do poço cheio do meu olhar pra baixo à ver
no refletir de sua água enlôdoada algum brilho dessa esperança ainda de
ficar aqui a esperar pela sorte maior dos acontecimentos figurados apenas
no recompor de palavras familiares que tragam ainda pra sí o nosso amor
que está vagando por aí e refletindo se volta ou não volta a esse doce lar
dos filhos que estão envolvidos e que juntos à Deus são ainda a maior
e melhor forma do grande e lindo reencontro, o reencontro de um grande
amor que se perdeu nas curvas dos ventos por causa do desamar. Mas ainda
tou aqui vivo pra contar essa história das grandes convivências relacionais
entre casais que souberam amarem-se e porventura ainda tão a saberem
que amar é bom demais, basta aceitar as "velhas condições do amor sobre
as lideranças anônimas dos casais" que são amar de verdade, querer o bem
de um ao outro, respeitar um ao outro, confortar, assegurar um ao outro,
nutrir opiniões nutrindo razões em uniões diárias, fazer valer assim a ampla
condição de amar um ao outro como Deus há de amar sempre o amor dos
casais que Lhe juram amor eterno e do amor eterno viverei assim, amando.


Hudo Guedes

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

CÓPULA

Meu amor me pede socorro
ao fazer esse grito!
não grite assim,
vai acordar o dia,
a tarde, a noite,
a madrugada;
vai acordar o mundo
todo! todo o mundo
vai gritar conosco!
quero o silêncio agora!
mover com nossas línguas
os ponteiros devagarinho
pra essa noite não passar
tão depressa como as aves
da nossa aceleração copular.
Quero a ioga do orgasmo
infinitizado na ardência
desse delírio que angelicaliza
as suavidades vestidas
de uma hora pra outra
dos sêmens dos relógios
dos cios perturbados
mais cheios das asas
desses malabaristas
anjos do amor sedutor.
Anjos enfeitiçadores
que trazem em suas asas
todo o desvairamento
do meu corpo sobre
o teu corpo traduzindo assim
os movimentos vitais
do meu eu a procura
do teu eu nesse infinito
da vida de amar-te
e de amarmo-nos.

( Hudo Guedes )
DESSOLIDÃO


Um barco solitário em alto mar
sempre é um perigo de naufrágio...
por isso ele tem que ter a companhia
ultra violeta do sol de alguém.


Hudo Guedes