domingo, 21 de novembro de 2010

RAQUEL DE QUEIROZ,
PRINCESA IMORTAL DA
LITERATURA BRASILEIRA



Nascida na fronte do Ceará
onde Fortaleza ainda menina
lhe dera uma viagem repentina
ao ir morar no sertão de Quixadá.
Seus pais serenos como uma foz
deitada sobre o rio São Francisco,
já tinham cultura no sangue e na voz
de buscarem felicidades sem medo, sem risco.

Ainda na fazenda
tiveram amargos dias
com uma sêca tremenda
onde parecia tudo está à venda
porque tamanhas eram as sobrarias
de um tempo perdido de colheitas
onde eram assim desfeitas
compras de terras sem melhorias.

Era então 1915, ano muito difícil,
tendo como único ofício
a esperança do povo no campo
quando sem mais sequer um grampo
jogaram papéis de escrituras no suplício
de abandonarem o eterno vício
de verem a luz noturna do pirilampo.

E daí ela se dispõe da iniciante cavalgada
que tinha diante sua carroçal estrada:
a sua grande e narrável e pronta literatura,
arte que aprendera com a formidável lisura
de abraçar não como sonhos soltos de fada
mas com o pé no chão de trabalhar sua cultura.

Sem mais delongas nessa poesia embalante
direi muito mais dessa escritora amante
das mais belas e tocáveis poesias
que em tantos outros inspiráveis dias
direi-vos daqui de minha arte poética cantante
ao som do poder supremo da mente e da voz
que aos ventos este poema o mundo cante
e saude eternamente a princesa Raquel de Queiroz!



Hudo Guedes

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