terça-feira, 24 de agosto de 2010

INFINITO LOUCO AMOR

Não esqueço jamais de ti.
O perfume suave de tua lembrança
dorme e amanhece no corpo das manhãs,
das tardes e das noites em que me vejo
toda vez que te vejo aqui.
A alma se compromete com o dever
de seguir adiante em busca do sol
dessa doce lembrança de ti.
Nem que o sol queime as retinas
mas vou em busca de ti no olhar rúbido
e frenético e alucinógeno do sol
dessa doce lembrança de ti.
Espraimo-me sobre as areias das tuas
vertebráveis fotos de onde todas
as claridades da vida fotografaram
os espelhos encantáveis desse teu olhar
que sempre me busca nas auroras
de outroras que hoje imagino ter-te aqui
bem dentro de mim onde tou perto de ti
e de tudo que é amor e flor e cor e licor
pra esparramar sobre os assoalhos do ávido
esquecimento de mim que preciso dessa
solidão de não mais ter-te aqui, mas muito
mais do que apaixonado por ti e querer
que a solidão de não mais te possuir
vá embora de mim e esqueça do meu tempo
que ainda tenho pra te abraçar em mim
todo um amor e toda uma paixão que ainda
creio e que amo puramente vindos de ti.
Todos falam, todos escrevem sobre as coisas
do amor, mas eu não falo e nem escrevo
quando te retrato minha alma em ti, meu corpo
em ti, minha vida em ti, apenas sinto! sinto!
sinto esse sentimento mergulhar, ir bem longe
e me buscar bem longe e me trazer pra ti, e me
devolver pra ti, e me acalentar, me esquentar,
me adentrar no teu eu voraz que me dementa,
que me apresenta teu corpo em tua alma e me
faz adormecer mortalmente, desfalecidamente
como gota que cai do corpo do mundo do suór
em altos graus da doce temperatura da minha
saudade de ti que me faz tremer, que me faz
voltar às loucuras que fizemos juntos com nossos
corpos, com nossas íntimas velocidades lascivas
que jamais deixarão de existir nesta memória amorosa
e apaixonante de ti, de ti que ainda amo por demais
e amo por muito tempo, o muito tempo ainda
desse infinito e louco amor.



( Hudo Guedes )

Nenhum comentário:

Postar um comentário